31 julho 2016

UM NOVO BRASIL É POSSÍVEL

Diante de tanta corrupção e de tanto desinteresse da classe política pelo sofrimento do povo, muitas pessoas se desiludem com a política.
Mas precisamos compreender que somente através do voto será possível mudar a realidade brasileira.
Vamos juntos construir um Brasil melhor e uma Belo Horizonte mais humana, menos violenta e com educação e saúde para todos.

Reverendo Haroldo - PPS

28 junho 2016

DEUS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA RELIGIÃO

Desde minha mais tenra idade ouço as pessoas falarem de Deus. Já ouvi sacerdotes, pregadores itinerantes, pastores, padres, rabinos, filósofos e pessoas leigas de modo geral. Todos falam sobre Deus. Todos têm uma ideia, uma concepção de um ser superior que eles chamam Deus.
No ambiente acadêmico da teologia fala-se mais ainda e além de falar tenta-se de alguma maneira compreendê-lo, como se isso fosse possível!
A ideia de Deus me parece, já está impregnada em nossa essência interior. É como um DNA impresso em nossa estrutura humana. Na alma? Na mente? Não sei. Mas o certo é que ninguém foge disso. Até o ateu, aquele que diz não acreditar em Deus, se empenha em negar essa marca impressa em sua estrutura, no seu DNA.
Já ouvi muitos absurdos sobre Deus. Ideias as mais bizarras para tentar definir esse ser que na realidade para todos nós é um mistério, uma incógnita, indefinido.
Os religiosos se arvoram em me apontar a Bíblia, que é uma coleção de livros sagrados, aceitos tanto por judeus, como por cristãos. A Bíblia é para esses dois grupos como uma carta, um mapa para o conhecimento de Deus.
Em minha reflexão fica uma dúvida. Estará Deus restrito a um livro ou mesmo a uma coleção de livros? Certamente que não. Deus não se deixa rotular e muito menos se dogmatizar. Ele não é propriedade de nenhuma religião, não pode ser monopolizado e nem preso dentro de um sistema.
Os que querem o monopólio de Deus não entendem nada de sua essência e grandeza. Ele está acima de tudo e de todos. Gosto muito da frase de um teólogo suíço chamado Karl Barth. Ele disse: “Qualquer coisa que falarmos sobre Deus, será sempre um ser humano falando sobre Deus”. Isso quer dizer que nossa pequenez não é capaz de alcançar a magnitude do Eterno e por isso, qualquer tentativa de explica-lo é inútil, pois, somos limitados e não conseguimos desvendar os mistérios do Deus criador.
Meu caro e dileto leitor com certeza meu intento aqui não é criar dúvidas na sua mente ou no seu coração, mas apenas estimular uma reflexão sobre algo tão complexo que é esse ser que chamamos de Deus.
Vamos seguir o sábio conselho de Desmond Tuto, arcebispo anglicano da África do Sul: Deus não é propriedade dos cristãos. Eu ainda ouso dizer que Deus não é propriedade de nenhuma outra religião.
Paz e graça,

Haroldo Mendes

13 outubro 2015

DEUS TE CHAMOU PARA SER FIEL E NÃO PARA TER SUCESSO

Tereza de Ávila foi uma mulher cristã de grande projeção no século XVI. Ela nasceu em 28 de março de 1515 em Gotarrendura, uma cidade na província de Ávila, no Reino de Castela, na Espanha. Santa Tereza de Ávila, como é mais conhecida, morreu no dia 4 de outubro de 1582. A ela se atribui a frase que hoje cai como uma luva para os cristãos evangélicos do século XXI: “Cristo não nos chamou para ter sucesso, mas sim para sermos fiéis”.
Quando ouvi essa frase pela primeira vez confesso que fiquei extasiado pela originalidade e de como essa frase poderia nos ajudar em nossa caminhada cristã. Bem, vou tentar explicar direito.
Em nossos dias o que mais se houve nas igrejas é de que o cristão tem de ser cabeça e não cauda, que ele nasceu para governar e não para servir. Que evangélico não pode ser pobre e nem ter problemas porque Deus está no controle de tudo e que a vida cristã é uma maravilha, porque não existem doenças, nem miséria, nem dificuldades conjugais, etc e etc...
Entretanto a realidade não é esta. Se abrirmos os evangelhos com seriedade veremos que Jesus nunca prometeu moleza pra ninguém e que ele próprio sofreu na pele as injustiças desse mundo.
Viver no mundo das ilusões pode ser uma tarefa que trará sérios problemas de toda ordem em nossa vida. A religião para algumas pessoas acaba se tornando um verdadeiro ópio, alienando as consciências e tornando as pessoas fracas e impotentes frente aos grandes desafios da existência humana.
Não é este o sentido verdadeiro da religião. Muito pelo contrário, ela nos ajuda a enfrentar as dificuldades e nos aponta o caminho da luta e da força para alcançarmos sucesso nos embates mais difíceis do nosso cotidiano.
Existem cristãos vivendo em uma verdadeira redoma de vidro, totalmente desligados das realidades da vida. Crentes que pensam que Deus se debruça sobre eles 24 horas do dia e que a única preocupação do Todo-poderoso é cuidar dessa pessoa como se cuida de um bebezinho indefeso.
Caro leitor a realidade é bem outra. Deus nos chama à luta, todavia podemos ter a certeza de que Ele estará conosco, nos apoiando e ajudando no que precisarmos. Ele não fará para nós o que nos cabe como seres humanos, criados à sua imagem e semelhança fazer. Compete a nós exercer as habilidades que o próprio Deus nos deu e conquistarmos com sua ajuda as bênçãos que estão à nossa disposição.
O fato de você não ter sucesso em determinada área não quer dizer que você seja um fracassado ou que Deus não te abençoou. Você precisa descobrir suas habilidades e seguir em frente contando com a ajuda de Deus e com sua força.
Levante seus olhos aos céus e peça a Deus que te inspire e ilumine para uma nova oportunidade. Deus te chamou para ser fiel a Ele como nos diz Teresa de Ávila. Em relação ao sucesso, bem... Esse depende mais de você!
Vá à luta que Deus é contigo!


Haroldo Mendes

25 maio 2015

QUEM SE INCOMODOU COM AS CRÍTICAS DE LULA AOS PASTORES?

Acompanhei atento pela TV a indignação de alguns pastores-celebridades e pelas redes sociais, de outros não tão celebridades, sobre a fala de Lula com sindicalistas em São Paulo esta semana.
Lula foi irônico e disse que os sindicalistas deveriam se inspirar nos pastores evangélicos, que sempre jogam a culpa no diabo por tudo o que acontece de ruim. Ele disse: “Os pastores evangélicos jogam a culpa no diabo. Acho fantástico isso. Você está desempregado, é o diabo, está doente, é o diabo, tomou um tombo é o diabo, roubaram o seu carro é o diabo”. Arrancando gargalhadas na plateia.
Depois Lula também falou do dízimo e disse que a solução está ali e imitando uma pregação evangélica em tom de gozação conclamou os sindicalistas a copiar os métodos dos pastores no quesito dinheiro.
A fala de Lula deixou em polvorosa algumas lideranças evangélicas, pois, afinal, Lula tocou no cerne da questão da Teologia da Prosperidade. Culpar o diabo por tudo e amealhar dinheiro dos fiéis através do dízimo, um preceito do Velho Testamento que foi transportado para as Igrejas Cristãs e que muitos defendem com unhas e dentes.
Quero deixar bem claro aqui que não sou petista e muito menos lulista. Mas acho que o ex-presidente foi até bonzinho. Ele nem falou das campanhas estapafúrdias para arrancar dinheiro dos incautos, não falou das maracutáias políticas da dita “Bancada Evangélica”, hoje capitaneada pelo evangélico Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara dos Deputados e que tem feito horrores naquela casa.
Lula incomodou é bom que se diga a apenas uma parcela dos pastores. Incomodou os televisivos, os que se utilizam de métodos espúrios para pagar seu luxo e vaidade. Incomodou os que manipulam as consciências e exploram a boa fé de gente sofrida e frágil. Esses com certeza se incomodaram muito com as galhofas de Lula.
Mas os pastores de verdade, homens e mulheres de Deus, que se sacrificam para levar gratuitamente o genuíno Evangelho de Jesus, esses certamente não foram atingidos pela fala zombeteira de Lula.
Se a carapuça serviu para alguns então a fala de Lula foi profética, ela serviu para alertar aos mercenários da fé que a sociedade e os políticos estão de olho nos evangélicos e principalmente nos pastores que usam a fé para enriquecer.
Quem viver verá!

Haroldo Mendes

22 maio 2015

PAGANISMO EVANGÉLICO?




“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”. (Judas 1:3)

Fico perplexo com certas atitudes de alguns religiosos em nossos dias. Nas diversas igrejas temos pessoas de todos os tipos e personalidades. As pessoas vêm para as igrejas oriundas de universos sociais, econômicos e culturais diferentes e outras até de religiões diferentes. Isso faz com que haja uma gama enorme de situações e pensamentos os mais paradoxais possíveis dentro das comunidades cristãs.
Na maioria de nossas denominações evangélicas o quesito ensino está relegado a segundo plano, quando não a terceiro. Isso faz com que muitos crentes, antes doutos na Palavra de Deus, agora sejam verdadeiros analfabetos bíblicos. Ensinos básicos da doutrina cristã como a pessoa de Cristo, a salvação, justificação, etc, são ignorados como coisas irrelevantes. Hoje o que importa é a sensação de bem estar proporcionada pelos pregadores de autoajuda e da Teologia da Prosperidade.
As pessoas querem se sentir bem, não importa a doutrina e o ensino, pois, o que vale é se realizar emocionalmente e financeiramente. Daí assistirmos perplexos a um verdadeiro show de bizarrices e heresias diversas em nome de Deus e do Evangelho de Jesus.
Além da autoajuda ensinada nos púlpitos existe também entre as denominações um conceito muito errado da nossa relação com Deus. Eu me refiro à ideia de que Deus exige de nós um sacrifício, uma troca, para que ele possa nos abençoar. Explico. As pessoas acham que precisam dar alguma coisa para Deus para serem atendidas em seus pedidos. (dinheiro, renúncia de algo que se gosta, etc... em fim, um sacrifício qualquer) Esse é um erro recorrente na maioria das igrejas. O povo não compreende o grande amor de Deus e sua gratuidade, pensam que sempre terão de fazer “algo” para compensar a Deus pelo seu amor. Ora, isso é rejeitar a oferta gratuita do seu grande amor dado a nós em Cristo. O Senhor Jesus padeceu o martírio da cruz justamente devido à nossa incapacidade de agradar a Deus. Somente somos aceitáveis a Ele por meio de Jesus Cristo, que nos torna amigos de Deus. Qualquer tentativa de pagar outro “preço” que não seja o que já foi pago por Cristo na cruz é blasfêmia contra Deus e rejeição do seu amor incondicional.
Precisamos compreender melhor o sentido da fé cristã e evangélica. Estamos nos tornando uma religião quase pagã devido aos desvios absurdos muito comuns nos dias de hoje em muitas igrejas e denominações.
É tempo de vigilância e de reflexão.


Haroldo Mendes

30 janeiro 2015

AS IGREJAS E O MUNDO

Boa parte dos cristãos vive uma série de conflitos nas igrejas. Explico. Os evangélicos de um modo geral, após sua “conversão”, saem daquilo que eles chamam de “mundo” e entram em outro sistema completamente diferente do que viviam antes e que eles dão o nome de igreja. E é a partir daí, dessa mudança de paradigmas, que começam os conflitos e crises. Bem, vamos então a eles.
A maioria das igrejas evangélicas no Brasil criou um sistema diferenciado de se viver em sociedade. Se você é membro de uma dessas igrejas então você não pode mais viver como vivem as pessoas do “mundo”. Você é diferente, um escolhido, eleito, filho do rei e deve estar sempre em alta, por cima. Você é um vitorioso e as mazelas do mundo não podem te atingir porque você é filho do rei. É essa ideia que perpassa a mente e os corações de muitos crentes. Eles se colocam numa posição de superioridade em relação aos que não pertencem à igreja os quais eles chamam de ímpios.
Além desse destaque exclusivista, há também o disparate de pensar que crente não pode ser pobre, pois, pobreza é sinônimo de maldição e os que não são prósperos não estão na “bênção” e que há alguma coisa errada com essas pessoas.
Fazendo uma simples análise sociológica ou econômica do nosso país, vamos saber sem muito esforço que ser rico ou ser pobre não é tão simples assim. Há uma série de fatores que levam uma pessoa à pobreza ou à riqueza. Fatores econômicos, sociais, de família e até de personalidade e competência. Não dá para simplesmente transferir para o céu ou para o chamado mundo espiritual as questões da economia e estabelecer na igreja quem deve ou não ser rico ou pobre. Isso é um disparate e é mais uma enganação para iludir os menos informados.
Hoje em dia vivemos um boom evangélico. Há uma explosão de igrejas nascendo com um perfil bizarro. Igrejas totalmente despojadas de sua apostolicidade e de sua catolicidade. São verdadeiros negócios forjados em cima de muito marketing e de técnicas muito bem feitas de mídia. Igrejas que anunciam um mundo maravilhoso onde tudo é cor de rosa, onde não há tristeza, nem sofrimento, nem pobreza e que tudo é às mil maravilhas.
Mas a realidade da vida é bem menos colorida como eles nos apresentam. Talvez ela seja colorida para os líderes que se entopem do dinheiro dos incautos, mas para a grande massa, essa que na verdade sustenta todo esse sistema, ela é bem dura. São homens e mulheres trabalhadores que lutam dia-a-dia para manter suas famílias com dignidade e que depositam nos gazofilácios seus dízimos e ofertas suados e que eles acreditam estar contribuindo para a expansão do Reino de Deus, mas que na realidade nem sempre é isso o que acontece. Há muitos espertalhões no meio das igrejas, verdadeiros estelionatários da fé que se aproveitam da fragilidade e falta de conhecimento dos fiéis para extorquir e enganar.
Querido leitor este é apenas um lado da moeda, o lado das questões financeiras e sociais. Mas há também o outro lado, o lado da manipulação, da alienação e do controle das pessoas. Bem, esse nós abordaremos em breve.


Haroldo Mendes